Os saberes e as memórias ancestrais serão tema de uma roda de conversa realizada nesta sexta-feira, 23, em Maceió. O encontro faz parte da programação do 2º Circuito Cultural Afro-brasileiro Canjerê do Posú Betá e ocorre no Ilê Nifé Omi Omó Posú Betá, ou melhor, casa da Mãe Mirian, no bairro da Ponta Grossa, em Maceió.
A programação dessa sexta-feira (23) será reservada a paletra sobre Terreiros: saberes e memória facilitada pelo jornalista e mestrando em Antropologia, Railton Teixeira. Logo após, o ogãn Adeilson Alexandre facilitará a oficina Saberes e Saberes do Posú Betá.
Na próxima sexta (30), será a palestra sobre a história da capoeira nas nações do candomblé promovida por Marco Aleluia e uma oficina de percussão com os ogãs do Posú Betá.
A programação é aberta ao público. De acordo com a organização, ele acontece desde 2023 e conta com o apoio da emenda parlamentar do deputado Paulão (PT) e da Fundação Cultural Palmares.
A palavra Canjerê tem origem nas línguas banto faladas por povos africanos trazidos ao Brasil e carrega o sentido de encontro, conversa, roda de saberes ou celebração coletiva. No contexto do evento, CANJERÊ representa um espaço de trocas afetivas, culturais e políticas, reafirmando a importância da oralidade, da ancestralidade e das práticas comunitárias.
De acordo com a organização, em um país marcado pelo racismo estrutural e pelas desigualdades, o CANJERÊ é um espaço fundamental de fortalecimento das redes de apoio, promoção de diálogos, da escuta ativa e da ampliação do debate sobre as questões raciais no Brasil.
O Posú Betá, através do seu CANJERÊ se propõe a ser um espaço coletivo de formação, arte e reflexão com vistas a contribuir diretamente para a valorização das identidades negras, o enfrentamento ao preconceito e a construção de uma sociedade mais justa e plural.